sábado, 1 de setembro de 2012

Remédio Talidomida

A substância é um analgésico potente e era receitado para mulheres grávidas para combater os enjoos matinais.  A Talidomida, então na Europa e Japão, onde era prescrita para mulheres grávidas foi utilizada por milhões de pessoas, em 46 países, convertendo-se em um dos fármacos mais populares da década de 50. No princípio dos anos 60, os pesquisadores demonstraram ser ela, a responsável direta pelo nascimento de bebês com malformações congênitas, por causa dele, milhares de crianças nasceram com braços e pernas bem mais curtos, ou então sem os membros. Também foram registrados problemas na formação dos olhos, ouvidos, da genitália e de órgãos internos dos bebês.

Criança alemã deformada pela talidomida na
década de 1960 (Foto: AP Photo/Arquivo)





De fato, estima-se que, pelo menos, 10 mil bebês, a maioria deles, alemães,

apresentou malformações ou virtualmente inexistência de braços e pernas, em

conseqüência da ingestão da Talidomida, por suas mães, nos três primeiros meses de gestação. O fármaco interrompia o crescimento das extremidades nos embriões humanos.



O fármaco foi retirado do mercado, transformando-se em um pesadelo. A
"droga maldita". O exemplo de um medicamento malfeito. O exemplo perfeito de um fármaco pouco testado antes de sua aprovação.
“Pedimos o perdão por não termos encontrado uma maneira de chegar até vocês ser humano por ser humano ao longo dos últimos 50 anos”,(31/08/2012).  Afirmou Harald Stock, chefe-executivo do grupo alemão Grünenthal, que produzia o medicamento.
“Pedimos que encarassem nosso longo silêncio como um sinal do choque que o destino de vocês causou em nós”, completou.
Representantes alemães das vítimas do medicamento consideraram que o pedido de desculpas veio tarde demais e ainda não é o suficiente. “O que precisamos são outras coisas”, afirmou Ilonka Stebritz, da Associação de Vítimas do Contergan – nome comercial do medicamento na Alemanha.
Apesar de não ser consumida por grávidas desde 1961, a talidomida ainda é vendida hoje. No entanto, é usada contra o mieloma múltiplo, um câncer na medula óssea. Também se estuda a possibilidade de utilizá-la contra a Aids, a artrite e outros tipos de câncer.

Brasil
A Talidomida tornou-se disponível no Brasil em março de 1958. Foi comercializada por vários laboratórios, com os nomes Ectiluram, Ondosil, Sedalis, Sedim, Verdil, Slip. Continuou a ser utilizada, mesmo após a sua retirada do mercado mundial, até junho de 1962, devido a falta de informação, descontrole na distribuição, omissão governamental, automedicação e poder econômico dos laboratórios.

Os primeiros casos de malformações congênitas em recém-nascidos foram
relatados a partir de 1960. A partir de 1962, com o reconhecimento da Talidomida como o medicamento responsável pela síndrome, o Governo Federal, através do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia (SNFMF) cassou a licença dos produtos contendo Talidomida. Oficialmente, esses medicamentos não poderiam estar sendo comercializados no final de 1962, conforme o Termo de Inutilização do Medicamento, datado de 13 de novembro de 1962; porém o ato só foi formalmente estabelecido, em 30 de junho de 1964.

Após 1965, surge a chamada segunda geração de vítimas da Talidomida, ou
todos os casos de ocorreram após 1965. Nessa ocasião, o medicamento começou a ser utilizado exclusivamente para o tratamento da hanseníase.
 



Crianças da Talidomida (focomelia e amelia) (TVAC, 2000)


Crianças da Talidomida (focomelia e amelia) (TVAC, 2000)



Fonte: g1.com.br




Referência:

BAPTISTA. Estér Roseli Baptista (orientador); SILVEIRA, Áurea Regina Jesus Silveira; PARDINHO, Eleusa Caíres; GOMES, Marcela Acácia R. TALIDOMIDA: Um Fantasma do Passado - Esperança do Futuro (Projeto Estudos de Utilização de Medicamentos - PROINT). Revista Virtual de Iniciação Acadêmica da UFPA: Departamento de Farmácia-UFPA, Belém, v.1, n. 2, p. 1-15, jul. 2001.

Um comentário:

  1. As indústrias farmacêuticas como sempre só visam o dinheiro a conseqüência deixa para o estado resolver.

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