O golpe contra o ex-presidente João Goulart foi antecipado em alguns dias pelo general do Exército Olímpio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar em Juiz de Fora (MG), na madrugada de 31 de março de 1964, ao determinar às tropas sob seu comando que seguissem em direção ao Rio de Janeiro.
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
ESPECIAIS - GOLPE MILITAR.
FILMES SOBRE A DITADURA:
FONTE: G1.GLOBO.COM.BR
Cena de 'Terra em Transe', de Glauber Rocha (Foto: Reprodução/ TV Globo) |
"Terra em Transe" (Glauber Rocha, 1967)
Um governador demagogo apoiado pelas massas disputa o poder com um senador conservador financiado pelo capital. Entre eles, um jornalista e poeta tenta conduzir um povo "ignorante e analfabeto" à emancipação social e econômica, mas se divide, ora apoiando um, ora o outro candidato. O enredo se passa em Eldorado, país fictício mas representativo do Brasil e outras nações latino americanas, marcados pela tensão política e agitação ideológica.
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Trecho de 'Cabra marcado pra morrer' (Foto: Divulgação) |
"Cabra marcado para morrer" (Eduardo Coutinho, 1984)
A repressão às ligas camponesas e a separação de uma família na Paraíba pela ditadura são histórias que se cruzam graças à própria realização do filme, hoje um clássico do cinema documentário. As filmagens, iniciadas em 1964 para contar a história de um líder camponês assassinado, são interrompidas pelo golpe. Somente 17 depois, num contexto de abertura, as gravações são retomadas, quando a viúva rememora o passado de perseguição e lamenta o afastamento forçado dos filhos.
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Trecho exibido em 'Jango', de Silvio Tendler (Foto: Reprodução) |
Documentário relata em detalhes a trajetória política de João Goulart, da origem rica à influência getulista, das dificuldades em implementar as reformas de base ao golpe militar, do exílio no Uruguai à morte na Argentina. Sob rico acervo de imagens históricas, o narrador apresenta um presidente em busca da justiça social, mas deposto por setores "reacionários" da política e da sociedade. Destaque para contexto fidedigno e depoimentos de atores centrais da época.
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Cena de 'O que é isso, companheiro?' (Foto: Divulgação) |
"O que é isso, companheiro?" (Bruno Barreto, 1997)
Parcialmente inspirado em livro homônimo de Fernando Gabeira, filme mistura realidade e ficção ao recontar a história do rapto do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, por integrantes do MR-8 e ALN, para libertar outros 15 membros da luta armada. Acusado pela esquerda de banalizar um fato histórico e seus protagonistas, o filme retrata jovens guerrilheiros ingênuos e inseguros, um diplomata bom e medroso e um torturador em crise de consciência.
Parcialmente inspirado em livro homônimo de Fernando Gabeira, filme mistura realidade e ficção ao recontar a história do rapto do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, por integrantes do MR-8 e ALN, para libertar outros 15 membros da luta armada. Acusado pela esquerda de banalizar um fato histórico e seus protagonistas, o filme retrata jovens guerrilheiros ingênuos e inseguros, um diplomata bom e medroso e um torturador em crise de consciência.
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Imagem exibida no documentário 'Hércules 56' (Foto: Divulgação) |
"Hércules 56" (Silvio Da-Rin, 2006)
Documentário reconstitui a troca de Chales Elbrick pela libertação de 15 guerrilheiros com imagens raras e depoimentos de quem participou da ação, por uns considerada a mais "bem-sucedida" da esquerda, por outros, um completo "desastre". Enquanto os idealizadores do rapto contrapõem versões ao redor de uma mesa, alguns dos libertados rememoram a difícil saída do Brasil a bordo do avião da FAB Hércules 56, rumo ao exílio no México, Paris e Cuba.
Documentário reconstitui a troca de Chales Elbrick pela libertação de 15 guerrilheiros com imagens raras e depoimentos de quem participou da ação, por uns considerada a mais "bem-sucedida" da esquerda, por outros, um completo "desastre". Enquanto os idealizadores do rapto contrapõem versões ao redor de uma mesa, alguns dos libertados rememoram a difícil saída do Brasil a bordo do avião da FAB Hércules 56, rumo ao exílio no México, Paris e Cuba.
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Imagem exibida em 'Cidadão Boilesen' (Foto: Divulgação) |
"Cidadão Boilesen" (Chaim Litewski, 2009)
A partir de pesquisa e entrevistas, documentário conta a vida de Henning Albert Boilesen (1916-1971). Dinamarquês naturalizado no Brasil e empresário estimado pela alta sociedade, passa a financiar a Operação Bandeirantes (Oban), centro clandestino de tortura em São Paulo. Apesar de defendido pelo filho, relatos mostram um homem que sentia prazer nas sessões de tortura e fornecia carros da Ultragaz, que presidia, para perseguir guerrilheiros.
A partir de pesquisa e entrevistas, documentário conta a vida de Henning Albert Boilesen (1916-1971). Dinamarquês naturalizado no Brasil e empresário estimado pela alta sociedade, passa a financiar a Operação Bandeirantes (Oban), centro clandestino de tortura em São Paulo. Apesar de defendido pelo filho, relatos mostram um homem que sentia prazer nas sessões de tortura e fornecia carros da Ultragaz, que presidia, para perseguir guerrilheiros.
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"Lamarca" (Sérgio Rezende, 1994)
Adaptação da biografia de Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército que deserta e se torna líder da VPR. O longa alude a episódios conhecidos da luta armada, como o sequestro do embaixador suíço e o roubo da fortuna do ex-governador Adhemar de Barros. Alternando os dois últimos anos de vida de Lamarca com flashbacks de seu passado, o filme retrata suas ações de guerrilha urbana, com assaltos a banco, e sua caçada e morte no sertão da Bahia.
Adaptação da biografia de Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército que deserta e se torna líder da VPR. O longa alude a episódios conhecidos da luta armada, como o sequestro do embaixador suíço e o roubo da fortuna do ex-governador Adhemar de Barros. Alternando os dois últimos anos de vida de Lamarca com flashbacks de seu passado, o filme retrata suas ações de guerrilha urbana, com assaltos a banco, e sua caçada e morte no sertão da Bahia.
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Imagem exibida em 'Marighella' (Foto: Divulgação) |
"Marighella" (Isa Grinspum Ferraz, 2011)
Dirigido e narrado pela sobrinha que pouco conheceu o comunista baiano fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de combate à ditadura, o documentário desvela a intimidade de um homem afável, poético e sensível. Com depoimentos de familiares e ex-companheiros do Partido Comunista, o filme perpassa momentos históricos importantes vividos por Carlos Marighella, que enfrentou não só a ditadura militar, mas também o Estado Novo.
Dirigido e narrado pela sobrinha que pouco conheceu o comunista baiano fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de combate à ditadura, o documentário desvela a intimidade de um homem afável, poético e sensível. Com depoimentos de familiares e ex-companheiros do Partido Comunista, o filme perpassa momentos históricos importantes vividos por Carlos Marighella, que enfrentou não só a ditadura militar, mas também o Estado Novo.
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Cena do documentário 'O dia que durou 21 anos' (Foto: Divulgação) |
"O dia que durou 21 anos" (Camilo Tavares, 2013)Gravações telefônicas e telegramas diplomáticos dissecam apoio dos EUA ao golpe que derrubou João Goulart em 1964. Conversas e memorandos do embaixador americano Lincoln Gordon com os presidentes John Kennedy e Lyndon Johnson revelam tentativas de influenciar as Forças Armadas, propagandear Jango como ameaça comunista e prever etapas do golpe. Documentário também detalha a Operação Brother Sam e traz análises de especialistas.
Naquela epoca ho Brasil estava no auge da temida guerra-fria entre os EUA e U.R.S.S. ho capitalismo contra ho comunismo/socialismo e claro avia um sero problema com guerrilhas /terroristas de exquerda radical que achavão que erão Che-guevara ou George Euser e passavão a explodir bombas matando pessoas roubando bancos e joalherias a sequestrar burgueses e matar supostos neofascistas e reacionarios.
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