Titular da 3ª Vara Federal
Especializada em Crimes de Lavagem de Dinheiro, em Campo Grande, no Mato Grosso
do Sul, Oliveira coleciona centenas de condenações de traficantes e
contrabandistas. Ele também foi responsável por confiscar 80 fazendas, 75 imóveis,
aviões, centenas de automóveis, embarcações e dinheiro do crime organizado.
Embora conte com um forte aparato de segurança, o magistrado ressalta que muitos juízes que atuam em varas criminais estão vulneráveis a atentados porque não dispõem de escolta e afirma que o Estado brasileiro atua com descaso no combate ao crime organizado.
- Quando um país não tem condições de proteger suas próprias autoridades,
imagine a situação da sociedade.
Juízes ridicularizados
Sem papas na língua, Oliveira denuncia que juízes que se sentem ameaçados e
pedem segurança são muitas vezes “ridicularizados” pelos tribunais que, segundo
ele, também reduzem o efetivo das escoltas frequentemente “à revelia das
próprias autoridades”.
Os próprios tribunais muitas vezes ridicularizam o juiz que se diz ameaçados.
Isso é grave e é um descaso muito grande. Eles afirmam: ‘porque não acontece
com fulano, fulano, fulano e só acontece com você’. A gente encontra esse tipo
de cinismo.
Oliveira cita como exemplo a morte do juiz Alexandre Martins de Castro, que
atuava no combate ao crime organizado e foi assassinado em março de 2003,
quando saía de uma academia em Vitória, no Espírito Santo. Ele lembra que,
assim como aconteceu com a juíza Patrícia, a escolta do magistrado havia sido
reduzida de três policiais para apenas um. Segundo Oliveira, se sentindo
abandonado, o juiz de Vitória dispensou a presença do agente.
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Mariana Costa, do R7 13/08/2011
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