Confira as mais importantes lutas e movimentos Negros da história.
Martin Luther King
, Jr. (1929- 1968)
"Eu Tenho um Sonho".
"Eu
tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela
cor da pele." Este é um trecho do famoso discurso de Martin Luther King em
Washington, capital dos Estados Unidos,
proferido no dia de 28 de agosto de 1963, numa manifestação que reuniu milhares
de pessoas pelo fim do preconceito e
da discriminação racial.
Martin Luther King Jr. era filho e neto de pastores protestantes batistas. Fez seus primeiros estudos em escolas públicas segregadas e graduou-se no prestigioso Morehouse College, em 1948.
Martin Luther King Jr. era filho e neto de pastores protestantes batistas. Fez seus primeiros estudos em escolas públicas segregadas e graduou-se no prestigioso Morehouse College, em 1948.
Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston. Lá conheceu sua futura esposa, Coretta Scott, com quem teve quatro filhos.
Em 1954 Martin Luther King iniciou suas atividades como pastor em Montgomery, capital do estado do Alabama. Envolvendo-se no incidente em que Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco num ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial. O movimento durou quase um ano, King chegou a ser preso, mas ao final a Suprema Corte decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes públicos.
Em 1957 tornou-se presidente da Conferência da Liderança Cristã do Sul,
intensificando sua atuação como defensor dos direitos civis por vias pacíficas,
tendo como referência o líder indiano
Mahatma Gandhi.
Em 1959, King voltou para Atlanta para se tornar vice-pastor na igreja de seu pai. Nos anos seguintes participou de inúmeros protestos, marchas e passeatas, sempre lutando pelas liberdades civis dos negros.
Os eventos mais importantes aconteceram nas cidades de Birmingham, no Alabama, St. Augustine, na Flórida, e Selma, também no Alabama. Luther King foi preso e torturado diversas vezes, e sua casa chegou a ser atacada por bombas.
Em 1963 Martin Luther King conseguiu que mais de 200.000 pessoas marchassem pelo fim da segregação racial em Washington. Nesta ocasião proferiu seu discurso mais conhecido, "Eu Tenho um Sonho". Dessas manifestações nasceram a lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No início de 1967, King uniu-se aos movimentos contra a Guerra do Vietnã. Em abril de 1968, foi assassinado a tiros por um opositor, num hotel na cidade de Memphis, onde estava em apoio a uma greve de coletores de lixo.
Em 1959, King voltou para Atlanta para se tornar vice-pastor na igreja de seu pai. Nos anos seguintes participou de inúmeros protestos, marchas e passeatas, sempre lutando pelas liberdades civis dos negros.
Os eventos mais importantes aconteceram nas cidades de Birmingham, no Alabama, St. Augustine, na Flórida, e Selma, também no Alabama. Luther King foi preso e torturado diversas vezes, e sua casa chegou a ser atacada por bombas.
Em 1963 Martin Luther King conseguiu que mais de 200.000 pessoas marchassem pelo fim da segregação racial em Washington. Nesta ocasião proferiu seu discurso mais conhecido, "Eu Tenho um Sonho". Dessas manifestações nasceram a lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No início de 1967, King uniu-se aos movimentos contra a Guerra do Vietnã. Em abril de 1968, foi assassinado a tiros por um opositor, num hotel na cidade de Memphis, onde estava em apoio a uma greve de coletores de lixo.
http://educacao.uol.com.br/
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1964/king-bio.html
__________________________________________________________
O reverendo Martin
Luther King – pai (1864-1933)
Nascido como Michael King, era filho de James (Jim) King (1864–1933) e
de Delia Linsey King (1875–1924). Era o primogênito de nove irmãos e sua
família vivia como agricultora no sistema de parceria ou meação.
King era membro comungante da Igreja Batista Floyd Chapel e decidiu tornar-se um pregador após ser influenciado por ministros que se preparavam para a defesa da igualdade racial. Mudou-se então de Stockbridge para Atlanta, onde sua irmã Woodie trabalhava com A. D. Williams, então diretor da Igreja Batista Ebenezer. Quando passou a cortejar a filha de Williams, Alberta, a família dela o encorajou a concluir seus estudos e tornar-se pastor. King então terminou o colegial na Bryant Preparatory School, e começou a pregar em várias igrejas para negros de Atlanta.
Em 1926 iniciou sua formação ministerial no Morehouse College. Depois de oito anos de namoro, no dia de Ação de Graças desse ano, casou-se com Alberta na Igreja Ebenezer. O casal teve três filhos, em quatro anos: Willie Christine (1927–), Martin Luther, Jr. (1929–1968), e Alfred Daniel (1930–1969).
King Pai tornou-se líder da Igreja Batista Ebenezer, em março de 1931, depois da morte do sogro. Com o país em meio à Grande Depressão, a igreja lutava contra as dificuldades financeiras e para isso organizou sociedades e campanhas de arrecadação que logo fizeram-na superar a crise. Com isso, antes de 1934, King havia se tornado um respeitado líder na igreja local e mudara seu nome de Michael para 'Martin Luther King Foi pastor da Igreja Batista Ebenezer por quatro décadas, exercendo grande influência na comunidade negra e também certo grau de respeito junto aos brancos. Foi também locutor na WAEC, uma emissora de rádio religiosa, em Atlanta.
Na sua obra Uma Autobiografia de Desenvolvimento Religioso (An Autobiography of Religious Development), de 1950, seu filho Luther King Jr. escreveu que seu pai foi a principal influência para ingressar no ministério religioso: "Eu imagino que a influência de meu pai teve grande papel no meu caminho para o ministério. Isto não quer dizer que ele tenha falado comigo para ser um ministro, mas a minha admiração por ele foi um grande fator de motivação; ele foi um exemplo tão nobre a seguir que eu sequer cogitei em não segui-lo"
Nesta autobiografia, King Jr. lembra do episódio em que seu pai saíra duma loja para sapatos porque haviam pedido a ele e seu filho mudarem de lugar: "Aquela foi a primeira vez que vi o papai tão furioso. Aquela experiência me revelou, numa idade bastante nova, que meu pai não havia se subordinado ao sistema, e desempenhou um grande papel na formação de minha consciência. Ainda me recordo a caminhar ao seu lado, rua abaixo, quando me dissera - 'Eu não me importo quanto tempo ainda viverei com este sistema, mas eu nunca irei aceitá-lo'."
Outra história lembrada por King Jr. foi de uma vez em que o carro que seu pai estava guiando foi parado por um oficial de polícia, e este o tratara por garoto (boy). King Pai então apontou para seu filho, dizendo-lhe "Este é um garoto. Eu sou um homem; até que você me trate como tal eu não o escutarei".
Em 1948 seu filho, Luther King Jr. tornou-se pastor da Igreja Ebenezer, e seu pai lhe escreveu uma carta de recomendação para o Crozier College. Apesar de diferenças teológicas, pai e filho serviram juntos como pastores da mesma denominação.
King Pai foi uma figura de proa no movimento pelos direitos civis na Geórgia, de onde partiu para vir a ser um dos líderes do NAACP em Atlanta e da Liga Cívica e Política. Dirigiu a luta por salários paritários dos professores em Atlanta. Teve ainda papel crucial na revogação da lei Jim Crow no estado. Participou, desde a década de 1920, do boicote ao sistema de ônibus após o ataque racista aos passageiros negros, que restou sem processo contra os responsáveis. Defendia a necessidade de um ministério religioso negro educado e politicamente engajado.
Em outubro de 1960, quando Martin Luther King Jr. foi preso numa passeata pacífica em Atlanta, Robert Kennedy telefonou ao juiz e intercedeu por sua libertação. Embora King Pai fosse opositor dos Kennedy por estes serem católicos, manifestou sua aprovação por este telefonema e mudou seu apoio a esta família. King Pai era um republicano registrado e vitalício, e havia endossado a candidatura de Richard Nixon. King Jr. não havia tomado qualquer partido.
Após a morte de seu filho ilustre, em 1968, King Pai continuou servindo como pastor na Igreja Batista Ebenezer até 1975. Sua esposa, Alberta, havia sido assassinada em junho do ano anterior.
Em 1969 King Pai foi um dos muitos membros do Morehouse College mantidos reféns por um grupo de estudantes que exigiam reformas no currículo e na direção. Um desses alunos era Samuel L. Jackson, que foi suspenso da escola por dois anos, por este ato. Anos depois, Jackson tornou-se um reconhecido ator, indicado ao Óscar.
King Pai desempenhou papel notável para a nomeação de Jimmy Carter como candidato a Presidente pelo Partido Democrata, na eleição de 1976. Após a vitória no caucus em Iowa e durante as primárias de New Hampshire e da Flórida, alguns liberais democratas, preocupados com o sucesso de Carter, iniciaram um movimento conhecido na sigla em inglês "ABC" - "Anyone But Carter" (qualquer um, menos Carter, em livre tradução) - para tentar evitar sua nomeação como candidato. King Pai apontou Carter como a liderança capaz de terminar com a segregação racial na Geórgia, e capaz de ajudar a revogar as leis de restrição ao voto que afetavam especialmente aos afro-americanos. Com o apoio de King, Carter continuou a construir a coalizão de eleitores brancos e negros, e venceu a nomeação. King Pai participou das convenções democratas de 1976 e de 1980.
Com a viúva de seu filho, Coretta Scott King, estava presente quando o Presidente Carter premiou postumamente Martin Luther King Jr. com a Medalha Presidencial da Liberdade, em 1977. Publicou uma autobiografia em 1980. Em 1984 faleceu, de infarto do miocárdio, no Crawford W. Long Hospital, em Atlanta.
King era membro comungante da Igreja Batista Floyd Chapel e decidiu tornar-se um pregador após ser influenciado por ministros que se preparavam para a defesa da igualdade racial. Mudou-se então de Stockbridge para Atlanta, onde sua irmã Woodie trabalhava com A. D. Williams, então diretor da Igreja Batista Ebenezer. Quando passou a cortejar a filha de Williams, Alberta, a família dela o encorajou a concluir seus estudos e tornar-se pastor. King então terminou o colegial na Bryant Preparatory School, e começou a pregar em várias igrejas para negros de Atlanta.
Em 1926 iniciou sua formação ministerial no Morehouse College. Depois de oito anos de namoro, no dia de Ação de Graças desse ano, casou-se com Alberta na Igreja Ebenezer. O casal teve três filhos, em quatro anos: Willie Christine (1927–), Martin Luther, Jr. (1929–1968), e Alfred Daniel (1930–1969).
King Pai tornou-se líder da Igreja Batista Ebenezer, em março de 1931, depois da morte do sogro. Com o país em meio à Grande Depressão, a igreja lutava contra as dificuldades financeiras e para isso organizou sociedades e campanhas de arrecadação que logo fizeram-na superar a crise. Com isso, antes de 1934, King havia se tornado um respeitado líder na igreja local e mudara seu nome de Michael para 'Martin Luther King Foi pastor da Igreja Batista Ebenezer por quatro décadas, exercendo grande influência na comunidade negra e também certo grau de respeito junto aos brancos. Foi também locutor na WAEC, uma emissora de rádio religiosa, em Atlanta.
Na sua obra Uma Autobiografia de Desenvolvimento Religioso (An Autobiography of Religious Development), de 1950, seu filho Luther King Jr. escreveu que seu pai foi a principal influência para ingressar no ministério religioso: "Eu imagino que a influência de meu pai teve grande papel no meu caminho para o ministério. Isto não quer dizer que ele tenha falado comigo para ser um ministro, mas a minha admiração por ele foi um grande fator de motivação; ele foi um exemplo tão nobre a seguir que eu sequer cogitei em não segui-lo"
Nesta autobiografia, King Jr. lembra do episódio em que seu pai saíra duma loja para sapatos porque haviam pedido a ele e seu filho mudarem de lugar: "Aquela foi a primeira vez que vi o papai tão furioso. Aquela experiência me revelou, numa idade bastante nova, que meu pai não havia se subordinado ao sistema, e desempenhou um grande papel na formação de minha consciência. Ainda me recordo a caminhar ao seu lado, rua abaixo, quando me dissera - 'Eu não me importo quanto tempo ainda viverei com este sistema, mas eu nunca irei aceitá-lo'."
Outra história lembrada por King Jr. foi de uma vez em que o carro que seu pai estava guiando foi parado por um oficial de polícia, e este o tratara por garoto (boy). King Pai então apontou para seu filho, dizendo-lhe "Este é um garoto. Eu sou um homem; até que você me trate como tal eu não o escutarei".
Em 1948 seu filho, Luther King Jr. tornou-se pastor da Igreja Ebenezer, e seu pai lhe escreveu uma carta de recomendação para o Crozier College. Apesar de diferenças teológicas, pai e filho serviram juntos como pastores da mesma denominação.
King Pai foi uma figura de proa no movimento pelos direitos civis na Geórgia, de onde partiu para vir a ser um dos líderes do NAACP em Atlanta e da Liga Cívica e Política. Dirigiu a luta por salários paritários dos professores em Atlanta. Teve ainda papel crucial na revogação da lei Jim Crow no estado. Participou, desde a década de 1920, do boicote ao sistema de ônibus após o ataque racista aos passageiros negros, que restou sem processo contra os responsáveis. Defendia a necessidade de um ministério religioso negro educado e politicamente engajado.
Em outubro de 1960, quando Martin Luther King Jr. foi preso numa passeata pacífica em Atlanta, Robert Kennedy telefonou ao juiz e intercedeu por sua libertação. Embora King Pai fosse opositor dos Kennedy por estes serem católicos, manifestou sua aprovação por este telefonema e mudou seu apoio a esta família. King Pai era um republicano registrado e vitalício, e havia endossado a candidatura de Richard Nixon. King Jr. não havia tomado qualquer partido.
Após a morte de seu filho ilustre, em 1968, King Pai continuou servindo como pastor na Igreja Batista Ebenezer até 1975. Sua esposa, Alberta, havia sido assassinada em junho do ano anterior.
Em 1969 King Pai foi um dos muitos membros do Morehouse College mantidos reféns por um grupo de estudantes que exigiam reformas no currículo e na direção. Um desses alunos era Samuel L. Jackson, que foi suspenso da escola por dois anos, por este ato. Anos depois, Jackson tornou-se um reconhecido ator, indicado ao Óscar.
King Pai desempenhou papel notável para a nomeação de Jimmy Carter como candidato a Presidente pelo Partido Democrata, na eleição de 1976. Após a vitória no caucus em Iowa e durante as primárias de New Hampshire e da Flórida, alguns liberais democratas, preocupados com o sucesso de Carter, iniciaram um movimento conhecido na sigla em inglês "ABC" - "Anyone But Carter" (qualquer um, menos Carter, em livre tradução) - para tentar evitar sua nomeação como candidato. King Pai apontou Carter como a liderança capaz de terminar com a segregação racial na Geórgia, e capaz de ajudar a revogar as leis de restrição ao voto que afetavam especialmente aos afro-americanos. Com o apoio de King, Carter continuou a construir a coalizão de eleitores brancos e negros, e venceu a nomeação. King Pai participou das convenções democratas de 1976 e de 1980.
Com a viúva de seu filho, Coretta Scott King, estava presente quando o Presidente Carter premiou postumamente Martin Luther King Jr. com a Medalha Presidencial da Liberdade, em 1977. Publicou uma autobiografia em 1980. Em 1984 faleceu, de infarto do miocárdio, no Crawford W. Long Hospital, em Atlanta.
__________________________________________________________
Abolição da lei Áurea
(1888)
No
ano de 1888 a escravidão foi abolida através da Lei Áurea, que foi
assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio daquele ano. Essa medida
beneficiou uma grande quantidade de escravos que ainda existia no país.
Por outro lado, essa mesma medida incomodou os vários proprietários de
terra que ainda dependiam da exploração do trabalho escravo para
produzirem gêneros agrícolas em suas propriedades. Contudo, não podemos
achar que a escravidão acabou no Brasil do dia para a noite.
No século XIX já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão. Diversos pensadores dessa época já consideravam a escravidão um abuso e um grande problema para qualquer nação que tivesse a intenção de se desenvolver. A partir da década de 1850, percebemos que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade e isso se deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
Em 1845, os ingleses impuseram uma lei realizando a prisão de toda a embarcação que estivesse no Oceano Atlântico transportando escravos africanos. Isso fez com que o número de escravos vindos para o Brasil diminuísse e o preço deles se elevasse justamente num tempo em que as lavouras de café aumentavam no país. Pouco tempo depois, no ano de 1850, o governo brasileiro aprovou a Lei Euzébio de Queirós. Essa lei proibia definitivamente a importação de escravos para o país. Desse modo, o preço do escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os proprietários de terra passaram a atrair imigrantes europeus que ocupariam as vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns intelectuais brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil, a presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o “branqueamento” da nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais que na época, infelizmente, acreditavam que os negros e mestiços eram grupos raciais com menor capacidade intelectual.
Após a Lei Eusébio de Queirós, podemos destacar outras leis abolicionistas que foram aprovadas pelo governo de Dom Pedro II. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres. Apesar de livrar as próximas gerações da escravidão, essa medida só era aplicada assim que o filho de escravo atingisse os 21 anos de idade. O filho de escravo passava uma parte de sua infância e juventude na fazenda junto aos demais escravos, tendo sua força de trabalho explorada. Além disso, após atingir a maioridade, encontrava dificuldades em abandonar seus pais e enfrentar uma vida incerta.
Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a Lei dos Sexagenários livrava os escravos com mais de sessenta anos da escravidão. A medida também tinha uma aparência benéfica. Contudo, era muito pequena a quantidade de escravos com mais de sessenta anos. No século XIX, a média de idade da população girava em torno dos quarenta anos de idade. Além disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais despesa do que lucro para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto pequeno na população de escravos.
Quando atingimos a década de 1880, vemos que diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo, devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra empregava a mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que tinham um preço ainda mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a clara impressão que a extinção do trabalho escravo no Brasil seria uma questão de tempo.
Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa Isabel estabeleceu o fim da escravidão pela Lei Áurea, essa modalidade de exploração da mão de obra se mostrava inviável. Devemos aqui destacar que a abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à exploração do trabalho dos ex-escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a serem devidamente inseridos na sociedade brasileira.
Observando todos esses fatos que marcam o fim da escravidão no Brasil, temos a nítida impressão que tudo ocorreu de modo lento. Da lei Eusébio de Queiroz até a Lei Áurea passaram-se quase quarenta anos. Ao mesmo tempo, as leis aprovadas nesse meio tempo eram de impacto lento ou muito tímido. Por fim, vemos que a lei que encerra a exploração da força de trabalho dos negros não falava sobre os desafios e problemas que essa grande parcela da população enfrentaria a partir daquele momento.
No século XIX já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão. Diversos pensadores dessa época já consideravam a escravidão um abuso e um grande problema para qualquer nação que tivesse a intenção de se desenvolver. A partir da década de 1850, percebemos que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade e isso se deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
Em 1845, os ingleses impuseram uma lei realizando a prisão de toda a embarcação que estivesse no Oceano Atlântico transportando escravos africanos. Isso fez com que o número de escravos vindos para o Brasil diminuísse e o preço deles se elevasse justamente num tempo em que as lavouras de café aumentavam no país. Pouco tempo depois, no ano de 1850, o governo brasileiro aprovou a Lei Euzébio de Queirós. Essa lei proibia definitivamente a importação de escravos para o país. Desse modo, o preço do escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os proprietários de terra passaram a atrair imigrantes europeus que ocupariam as vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns intelectuais brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil, a presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o “branqueamento” da nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais que na época, infelizmente, acreditavam que os negros e mestiços eram grupos raciais com menor capacidade intelectual.
Após a Lei Eusébio de Queirós, podemos destacar outras leis abolicionistas que foram aprovadas pelo governo de Dom Pedro II. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres. Apesar de livrar as próximas gerações da escravidão, essa medida só era aplicada assim que o filho de escravo atingisse os 21 anos de idade. O filho de escravo passava uma parte de sua infância e juventude na fazenda junto aos demais escravos, tendo sua força de trabalho explorada. Além disso, após atingir a maioridade, encontrava dificuldades em abandonar seus pais e enfrentar uma vida incerta.
Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a Lei dos Sexagenários livrava os escravos com mais de sessenta anos da escravidão. A medida também tinha uma aparência benéfica. Contudo, era muito pequena a quantidade de escravos com mais de sessenta anos. No século XIX, a média de idade da população girava em torno dos quarenta anos de idade. Além disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais despesa do que lucro para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto pequeno na população de escravos.
Quando atingimos a década de 1880, vemos que diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo, devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra empregava a mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que tinham um preço ainda mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a clara impressão que a extinção do trabalho escravo no Brasil seria uma questão de tempo.
Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa Isabel estabeleceu o fim da escravidão pela Lei Áurea, essa modalidade de exploração da mão de obra se mostrava inviável. Devemos aqui destacar que a abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à exploração do trabalho dos ex-escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a serem devidamente inseridos na sociedade brasileira.
Observando todos esses fatos que marcam o fim da escravidão no Brasil, temos a nítida impressão que tudo ocorreu de modo lento. Da lei Eusébio de Queiroz até a Lei Áurea passaram-se quase quarenta anos. Ao mesmo tempo, as leis aprovadas nesse meio tempo eram de impacto lento ou muito tímido. Por fim, vemos que a lei que encerra a exploração da força de trabalho dos negros não falava sobre os desafios e problemas que essa grande parcela da população enfrentaria a partir daquele momento.
www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm
__________________________________________________________
Lei Eusébio de Queiroz (1850)
A
Lei Eusébio de Queirós foi a legislação que proibiu definitivamente o
tráfico de escravos para o Brasil, consagrando para a história o nome de
seu autor, Eusébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara, na época
ministro. Aprovada em 4 de setembro de 1850, apesar de não ter sido a
primeira a proibir o tráfico de africanos para o país, foi a primeira a
surtir impacto relevante sobre a escravidão.
Anteriormente à Lei Eusébio de Queirós, outras legislações tentaram, com pouca eficácia, atingir a escravidão, principalmente devido à pressão inglesa em acabar com o tráfico negreiro. O Brasil, porém, foi o país que por mais tempo resistiu mantendo esse tipo de comércio.
A primeira legislação que visava proibir o tráfico de africanos foi a Lei de 7 de novembro de 1831, que determinava que todos os escravos que entrassem no país seriam livres e que quem participasse do contrabando seria severamente punido. A eficácia dessa lei não ultrapassou 1837, quando o tráfico já atingia proporções ainda maiores.
No ano de 1845, a Inglaterra concedeu a si mesma, através da lei Bill Aberdeen, poderes de jurisdição sobre navios suspeitos de contrabando de africanos para o Brasil, mas que não afetou os números de negros desembarcando no país. O tráfico negreiro continuava forte no Brasil nos anos que seguiram, a partir de então de forma ilegal.
Somente cinco anos mais tarde foi possível que o gabinete imperial conseguisse promulgar a Lei nº 581 de 4 de setembro de 1850, vencendo pouco a pouco as resistências a favor do tráfico tanto na sociedade quanto dentro do próprio parlamento. Eusébio de Queirós argumentava que muitos fazendeiros estavam endividados com traficantes, e que um número muito grande de escravos poderia abalar a segurança da sociedade.
Uma diferença na Lei Eusébio de Queirós era que, além da legislação, outros mecanismos de poder pudessem gradualmente ser utilizados contra os contrabandistas, como o apoio dos chefes de polícia e o fortalecimento das instituições responsáveis pela fiscalização.
Além de agir tanto sobre navios brasileiros quanto navios estrangeiros que atracassem no solo do Brasil, a Lei Eusébio de Queirós era fortemente apoiada na Lei de 7 de novembro de 1831, que já previa o contrabando como crime. A lei ainda previa que os navios encontrados em território brasileiro que fossem considerados importadores de escravos deveriam ser vendidos, podendo haver uma quantia destinada ao denunciante e que os escravos seriam devolvidos as suas terras natais.
A eficácia da legislação se provou quando o número de africanos desembarcando no Brasil, após atingir o patamar de mais de 380 mil indivíduos na década anterior, foi para pouco mais de 6 mil entre os anos 1851 e 1855.
A importância da Lei Eusébio de Queirós se deve ao fato de que, após promulgada, dificultou e encareceu a escravidão, tornando-a cada vez mais inviável e forçando os escravagistas a procurar outras formas de mão-de-obra. Essa legislação abriu caminho para as posteriores que acabaram por minguar a escravidão no Brasil antes do final do século 19, dando início às imigrações de Europeus para o país.
Anteriormente à Lei Eusébio de Queirós, outras legislações tentaram, com pouca eficácia, atingir a escravidão, principalmente devido à pressão inglesa em acabar com o tráfico negreiro. O Brasil, porém, foi o país que por mais tempo resistiu mantendo esse tipo de comércio.
A primeira legislação que visava proibir o tráfico de africanos foi a Lei de 7 de novembro de 1831, que determinava que todos os escravos que entrassem no país seriam livres e que quem participasse do contrabando seria severamente punido. A eficácia dessa lei não ultrapassou 1837, quando o tráfico já atingia proporções ainda maiores.
No ano de 1845, a Inglaterra concedeu a si mesma, através da lei Bill Aberdeen, poderes de jurisdição sobre navios suspeitos de contrabando de africanos para o Brasil, mas que não afetou os números de negros desembarcando no país. O tráfico negreiro continuava forte no Brasil nos anos que seguiram, a partir de então de forma ilegal.
Somente cinco anos mais tarde foi possível que o gabinete imperial conseguisse promulgar a Lei nº 581 de 4 de setembro de 1850, vencendo pouco a pouco as resistências a favor do tráfico tanto na sociedade quanto dentro do próprio parlamento. Eusébio de Queirós argumentava que muitos fazendeiros estavam endividados com traficantes, e que um número muito grande de escravos poderia abalar a segurança da sociedade.
Uma diferença na Lei Eusébio de Queirós era que, além da legislação, outros mecanismos de poder pudessem gradualmente ser utilizados contra os contrabandistas, como o apoio dos chefes de polícia e o fortalecimento das instituições responsáveis pela fiscalização.
Além de agir tanto sobre navios brasileiros quanto navios estrangeiros que atracassem no solo do Brasil, a Lei Eusébio de Queirós era fortemente apoiada na Lei de 7 de novembro de 1831, que já previa o contrabando como crime. A lei ainda previa que os navios encontrados em território brasileiro que fossem considerados importadores de escravos deveriam ser vendidos, podendo haver uma quantia destinada ao denunciante e que os escravos seriam devolvidos as suas terras natais.
A eficácia da legislação se provou quando o número de africanos desembarcando no Brasil, após atingir o patamar de mais de 380 mil indivíduos na década anterior, foi para pouco mais de 6 mil entre os anos 1851 e 1855.
A importância da Lei Eusébio de Queirós se deve ao fato de que, após promulgada, dificultou e encareceu a escravidão, tornando-a cada vez mais inviável e forçando os escravagistas a procurar outras formas de mão-de-obra. Essa legislação abriu caminho para as posteriores que acabaram por minguar a escravidão no Brasil antes do final do século 19, dando início às imigrações de Europeus para o país.
Por Giulianna Oliveira Santos
http://www.infoescola.com
http://www.infoescola.com
__________________________________________________________
Lei do Ventre Livre (1871)
A
Lei do Ventre Livre, também conhecida como “Lei Rio Branco” foi uma lei
abolicionista, promulgada em 28 de setembro de 1871 (assinada pela
Princesa Isabel). Esta lei considerava livre todos os filhos de mulher
escravas nascidos a partir da data da lei.
Como seus pais continuariam escravos (a abolição total da escravidão só ocorreu em 1888 com a Lei Áurea), a lei estabelecia duas possibilidades para as crianças que nasciam livres. Poderiam ficar aos cuidados dos senhores até os 21 anos de idade ou entregues ao governo. O primeiro caso foi o mais comum e beneficiaria os senhores que poderiam usar a mão-de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade.
A Lei do Ventre Livre tinha por objetivo principal possibilitar a transição, lenta e gradual, no Brasil do sistema de escravidão para o de mão-de-obra livre. Vale lembrar que o Brasil, desde meados do século XIX, vinha sofrendo fortes pressões da Inglaterra para abolir a escravidão.
Junto com a Lei dos Sexagenários, A Lei do Ventre Livre (1887), a Lei do ventre Livre serviu também para dar uma resposta, embora fraca, aos anseios do movimento abolicionista.
Como seus pais continuariam escravos (a abolição total da escravidão só ocorreu em 1888 com a Lei Áurea), a lei estabelecia duas possibilidades para as crianças que nasciam livres. Poderiam ficar aos cuidados dos senhores até os 21 anos de idade ou entregues ao governo. O primeiro caso foi o mais comum e beneficiaria os senhores que poderiam usar a mão-de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade.
A Lei do Ventre Livre tinha por objetivo principal possibilitar a transição, lenta e gradual, no Brasil do sistema de escravidão para o de mão-de-obra livre. Vale lembrar que o Brasil, desde meados do século XIX, vinha sofrendo fortes pressões da Inglaterra para abolir a escravidão.
Junto com a Lei dos Sexagenários, A Lei do Ventre Livre (1887), a Lei do ventre Livre serviu também para dar uma resposta, embora fraca, aos anseios do movimento abolicionista.
LEI Nº 2040 de 28.09.1871 - LEI DO VENTRE LIVRE
A Princesa Imperial Regente, em nome de S. M. o Imperador e Sr. D. Pedro II, faz saber a todos os cidadãos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1.º - Os filhos de mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei serão considerados de condição livre.
§ 1.º - Os ditos filhos menores ficarão em poder o sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a indenização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No primeiro caso, o Govêrno receberá o menor e lhe dará destino,em conformidade da presente lei.
§ 6.º - Cessa a prestação dos serviços dos filhos das escravas antes do prazo marcado no § 1°. se por sentença do juízo criminal reconhecer-se que os senhores das mães os maltratam, infligindo-lhes castigos excessivos.
Art. 2.º - O govêrno poderá entregar a associações, por êle autorizadas, os filhos das escravas, nascidos desde a data desta lei, que sejam cedidos ou abandonados pelos senhores delas, ou tirados do poder dêstes em virtude do Art. 1.º- § 6º.
§ 1.º - As ditas associações terão direito aos serviços gratuitos dos menores até a idade de 21 anos completos, e poderão alugar êsses serviços, mas serão obrigadas:
1.º A criar e tratar os mesmos menores;
2.º A constituir para cada um dêles um pecúlio, consistente na quota que para êste fim fôr reservada nos respectivos estatutos;-
3.º A procurar-lhes, findo o tempo de serviço, apropriada colocação.
§ 2.º - A disposição dêste artigo é aplicável às Casas dos Expostos, e às pessoas a quem os juízes de órfãos encarregarem da educação dos ditos menores, na falta de associações ou estabelecimentos criados para tal fim.
§ 4.º - Fica salvo ao Govêrno o direito de mandar recolher os referidos menores aos estabelecimentos públicos, transferindo-se neste caso para o Estado as obrigações que o § 1.º impõe às associações autorizadas.
Art. 3.º - Serão anualmente libertados em cada província do Império tantos escravos quantos corresponderem à quota anualmente disponível do fundo destinado para a emancipação...
Art. 4.º - É permitido ao escravo a formação de um pecúlio com o que lhe provier de doações, legados e heranças, e com o que, por consentimento do senhor, obtiver do seu trabalho e economias. O govêrno providenciará nos regulamentos sôbre a colocação e segurança do mesmo pecúlio.
§ 1.º - Por morte do escravo, a metade do seu pecúlio pertencerá ao cônjuge sobrevivente, se o houver, e a outra metade se transmitirá aos seus herdeiros, na forma da lei civil. Na falta de herdeiros o pecúlio será adjudicado ao fundo de emancipação, de que trata o art. 3.º...
§ 4.º - O escravo que pertencer a condôminos e fôr libertado por um dêstes, terá direito a sua alforria indenizando os outros senhores da quota do valor que lhes pertencer. Esta indenização poderá ser paga com serviços prestados por prazo não maior de sete anos...
§ 7.º - Em qualquer caso de alienação ou transmissão de escravos, é proibido, sob pena de nulidade, separar os cônjuges e os filhos menores de doze anos do pai ou da mãe.
§ 8.º - Se a divisão de bens entre herdeiros ou sócios não comportar a reunião de uma família, e nenhum dêles preferir conservá-lo sob seu domínio, mediante reposição da quota, ou parte dos outros interessados, será a mesma família vendida e o seu produto rateado...
Art. 6.º - Serão declarados libertos:
§ 1.º - Os escravos pertencentes à nação, dando-lhes o govêrno a ocupação que julgar conveniente.
§ 2.º - Os escravos dados em usufruto à Coroa.
§ 3.º - Os escravos das heranças vagas.
§ 4.º - Os escravos abandonados por seus senhores. Se êstes os abandonarem por inválidos, serão obrigados a alimentá-los, salvo o caso de penúria, sendo os alimentos taxados pelo juiz de órfãos.
§ 5.º - Em geral, os escravos libertados em virtude desta lei ficam durante 5 anos sob a inspeção do govêrno. Êles são obrigados a contratar seus serviços sob pena de serem constrangidos, se viverem vadios, a trabalhar nos estabelecimentos públicos. Cessará, porém, o constrangimento do trabalho, sempre que o liberto exigir contrato de serviço.
Art. 8.º - O Govèrno mandará proceder à matrícula especial de todos os escravos existentes do Império, com declaração do nome, sexo, estado, aptidão para o trabalho e filiação de cada um, se fôr conhecida.
§ 1.º - O prazo em que deve começar e encerrar-se a matrícula será anunciado com a maior antecedência possível por meio de editais repetidos, nos quais será inserta a disposição do parágrafo seguinte.
§ 2.º - Os escravos que, por culpa ou omissão dos interessados não forem dados à matrícula, até um ano depois do encerramento desta, serão por êste fato considerados libertos.
§ 4.º - Serão também matriculados em livro distinto os filhos da mulher escrava, que por esta lei ficam livres. Incorrerão os senhores omissos, por negligência, na multa de 100$000 a 200$000, repetidas tantas vêzes quantos forem os indivíduos omitidos, e por fraude nas penas do ari. 179 do código criminal.
§ 5.º - Os párocos serão obrigados a ter livros especiais para o registro do nascimento e óbitos dos filhos de escravas, nascidos desde a data desta lei. Cada omissão sujeitará os párocos à multa de 100$000.
Art. 9.º - O Govêrno em seus regulamentos poderá impor multas até 100$000 e penas de prisão simples até um mês.
Art. 10º - Ficam revogadas as disposições em contrário. Manda, portanto, a tôdas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O Secretário de Estado de Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos 28 de setembro de 1871, 50.º da Independência e do Império Princesa Imperial Regente - Teodoro Machado Freire Pereira da Silva.
A Princesa Imperial Regente, em nome de S. M. o Imperador e Sr. D. Pedro II, faz saber a todos os cidadãos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1.º - Os filhos de mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei serão considerados de condição livre.
§ 1.º - Os ditos filhos menores ficarão em poder o sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a indenização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No primeiro caso, o Govêrno receberá o menor e lhe dará destino,em conformidade da presente lei.
§ 6.º - Cessa a prestação dos serviços dos filhos das escravas antes do prazo marcado no § 1°. se por sentença do juízo criminal reconhecer-se que os senhores das mães os maltratam, infligindo-lhes castigos excessivos.
Art. 2.º - O govêrno poderá entregar a associações, por êle autorizadas, os filhos das escravas, nascidos desde a data desta lei, que sejam cedidos ou abandonados pelos senhores delas, ou tirados do poder dêstes em virtude do Art. 1.º- § 6º.
§ 1.º - As ditas associações terão direito aos serviços gratuitos dos menores até a idade de 21 anos completos, e poderão alugar êsses serviços, mas serão obrigadas:
1.º A criar e tratar os mesmos menores;
2.º A constituir para cada um dêles um pecúlio, consistente na quota que para êste fim fôr reservada nos respectivos estatutos;-
3.º A procurar-lhes, findo o tempo de serviço, apropriada colocação.
§ 2.º - A disposição dêste artigo é aplicável às Casas dos Expostos, e às pessoas a quem os juízes de órfãos encarregarem da educação dos ditos menores, na falta de associações ou estabelecimentos criados para tal fim.
§ 4.º - Fica salvo ao Govêrno o direito de mandar recolher os referidos menores aos estabelecimentos públicos, transferindo-se neste caso para o Estado as obrigações que o § 1.º impõe às associações autorizadas.
Art. 3.º - Serão anualmente libertados em cada província do Império tantos escravos quantos corresponderem à quota anualmente disponível do fundo destinado para a emancipação...
Art. 4.º - É permitido ao escravo a formação de um pecúlio com o que lhe provier de doações, legados e heranças, e com o que, por consentimento do senhor, obtiver do seu trabalho e economias. O govêrno providenciará nos regulamentos sôbre a colocação e segurança do mesmo pecúlio.
§ 1.º - Por morte do escravo, a metade do seu pecúlio pertencerá ao cônjuge sobrevivente, se o houver, e a outra metade se transmitirá aos seus herdeiros, na forma da lei civil. Na falta de herdeiros o pecúlio será adjudicado ao fundo de emancipação, de que trata o art. 3.º...
§ 4.º - O escravo que pertencer a condôminos e fôr libertado por um dêstes, terá direito a sua alforria indenizando os outros senhores da quota do valor que lhes pertencer. Esta indenização poderá ser paga com serviços prestados por prazo não maior de sete anos...
§ 7.º - Em qualquer caso de alienação ou transmissão de escravos, é proibido, sob pena de nulidade, separar os cônjuges e os filhos menores de doze anos do pai ou da mãe.
§ 8.º - Se a divisão de bens entre herdeiros ou sócios não comportar a reunião de uma família, e nenhum dêles preferir conservá-lo sob seu domínio, mediante reposição da quota, ou parte dos outros interessados, será a mesma família vendida e o seu produto rateado...
Art. 6.º - Serão declarados libertos:
§ 1.º - Os escravos pertencentes à nação, dando-lhes o govêrno a ocupação que julgar conveniente.
§ 2.º - Os escravos dados em usufruto à Coroa.
§ 3.º - Os escravos das heranças vagas.
§ 4.º - Os escravos abandonados por seus senhores. Se êstes os abandonarem por inválidos, serão obrigados a alimentá-los, salvo o caso de penúria, sendo os alimentos taxados pelo juiz de órfãos.
§ 5.º - Em geral, os escravos libertados em virtude desta lei ficam durante 5 anos sob a inspeção do govêrno. Êles são obrigados a contratar seus serviços sob pena de serem constrangidos, se viverem vadios, a trabalhar nos estabelecimentos públicos. Cessará, porém, o constrangimento do trabalho, sempre que o liberto exigir contrato de serviço.
Art. 8.º - O Govèrno mandará proceder à matrícula especial de todos os escravos existentes do Império, com declaração do nome, sexo, estado, aptidão para o trabalho e filiação de cada um, se fôr conhecida.
§ 1.º - O prazo em que deve começar e encerrar-se a matrícula será anunciado com a maior antecedência possível por meio de editais repetidos, nos quais será inserta a disposição do parágrafo seguinte.
§ 2.º - Os escravos que, por culpa ou omissão dos interessados não forem dados à matrícula, até um ano depois do encerramento desta, serão por êste fato considerados libertos.
§ 4.º - Serão também matriculados em livro distinto os filhos da mulher escrava, que por esta lei ficam livres. Incorrerão os senhores omissos, por negligência, na multa de 100$000 a 200$000, repetidas tantas vêzes quantos forem os indivíduos omitidos, e por fraude nas penas do ari. 179 do código criminal.
§ 5.º - Os párocos serão obrigados a ter livros especiais para o registro do nascimento e óbitos dos filhos de escravas, nascidos desde a data desta lei. Cada omissão sujeitará os párocos à multa de 100$000.
Art. 9.º - O Govêrno em seus regulamentos poderá impor multas até 100$000 e penas de prisão simples até um mês.
Art. 10º - Ficam revogadas as disposições em contrário. Manda, portanto, a tôdas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O Secretário de Estado de Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos 28 de setembro de 1871, 50.º da Independência e do Império Princesa Imperial Regente - Teodoro Machado Freire Pereira da Silva.
http://www.suapesquisa.com
__________________________________________________________
Black Panther Party (1966)
O
Partido dos Panteras Negras (originalmente o Partido dos Panteras
Negras pela Auto-Defesa) foi um Africano-Americano socialista
revolucionário organização ativa nos Estados Unidos a partir de 1966 até
1982. O Partido dos Panteras Negras alcançou notoriedade nacional e
internacional através do seu envolvimento no Black Power movimento e
política norte-americana dos anos 1960 e 1970. O grupo de "provocativa
retórica , militante postura, e floresce culturais e políticas alteraram
permanentemente os contornos da identidade americana ".
Fundada em Oakland, Califórnia, por Huey Newton e Bobby Seale em 15 de outubro de 1966, a organização inicialmente estabelecido uma doutrina chamando principalmente para a proteção dos Africano-Americanos bairros da brutalidade policial . Os líderes da organização defendida socialista e marxista doutrinas, no entanto, o Partido do início nacionalista negro reputação atraiu uma composição diversificada. The Black Panther Party de objetivos e filosofia expandiu e evoluiu rapidamente durante a existência do partido, tornando consenso ideológico dentro do partido difícil de conseguir, e fazendo com que alguns membros proeminentes para abertamente discordar dos pontos de vista dos líderes.
Jornal oficial da organização, o The Black Panther, foi divulgado em 1967. Também nesse ano, o Partido dos Panteras Negras marcharam sobre a California State Capitol em Sacramento em protesto contra a proibição seletiva em armas. Em 1968, o partido tinha expandido em muitas cidades em todo os Estados Unidos, entre eles, Baltimore , Boston , Chicago , Cleveland , Dallas , Denver , Detroit , Kansas City , Los Angeles , Newark , Nova Orleans , Nova York , Omaha , Filadélfia , Pittsburgh , San Diego , San Francisco , Seattle e Washington, DC . Filiação de pico foi perto de 10.000 em 1969, e seu jornal, sob a liderança editorial de Eldridge Cleaver , teve uma circulação de 250.000. O grupo criou um programa de dez pontos, um documento que chamou de "Terra, Pão, Habitação, Educação, Vestuário, Justiça e Paz ", de isenção, bem como de alistamento para homens Africano-Americano, entre outras demandas. Com o programa de dez pontos, "o que queremos, o que pensamos", o Black Panther Party expressa seus problemas econômicos e políticos.
Ganhando destaque nacional, o Black Panther Party tornou-se um ícone da contracultura dos anos 1960 . Em última análise, os Panteras condenado nacionalismo negro como "racismo negro" e tornou-se mais focado em socialismo sem exclusividade racial. Eles instituíram uma variedade de programas sociais comunitários destinados a reduzir a pobreza, melhorar a saúde entre as comunidades urbanas negras, e suavizar a imagem pública do Partido. [9] programas mais conhecidos do Black Panther Party eram patrulhas seus cidadãos armados "para avaliar o comportamento dos policiais e sua grátis Café da manhã para crianças programa. No entanto, os objetivos políticos do grupo foram muitas vezes ofuscados por sua criminalidade e suas confronto, militante táticas, e violento contra a polícia.
Federal Bureau of Investigation Diretor J. Edgar Hoover chamado do partido "a maior ameaça para a segurança interna do país", e ele supervisionou um extenso programa ( COINTELPRO ) de vigilância , infiltração , perjúrio , perseguição policial , o assassinato, e muitas outras táticas que visam minar Panther liderança, incriminar os membros do partido e drenar a organização de recursos materiais e humanos. Através destas táticas, Hoover esperava para diminuir a ameaça do Partido para a estrutura de poder geral de os EUA, ou até mesmo manter a sua influência como uma forte corrente.
Angela
Davis , Ward Churchill , e outros alegaram que a lei federal, estadual e
municipal agentes de segurança fez um grande esforço para desacreditar e
destruir a organização, incluindo assassinato. Black Panther membros do
Partido atingiu um pico de 10 mil por início de 1969, sofreu uma série
de contrações devido a problemas legais, encarceramentos , divisões
internas, expulsões e deserções. Apoio popular para o partido declinou
ainda mais depois apareceram relatórios detalhando o envolvimento do
grupo em atividades como tráfico de drogas e extorsão esquemas dirigidos
contra Oakland comerciantes. Em 1972, a atividade mais Panther centrado
em torno da sede nacional e uma escola em Oakland, onde a festa
continuou para influenciar a política local. Contrações partido
continuou durante toda a década de 1970. Em 1980 o Partido dos Panteras
Negras composta apenas 27 membros.
www.blackpanther.org
__________________________________________________________
Black Power (Década de 60/70)
O
movimento Black Power, que significa literalmente "Poder Negro", surgiu
nos anos 60, como uma forma de renascimento cultural da comunidade
negra dos EUA, a exemplo do que tinha acontecido nos anos 20 com a
"Harlem Renaissance". Considerado por muitos autores como o "movimento
da consciência negra" ou das "artes negras", o Black Power estimulou a
criação de instituições culturais e educacionais independentes para a
comunidade negra que duraram até aos anos 70. A atenção dos meios de
comunicação internacional relativamente a este movimento verificou-se no
verão de 1966, quando o termo foi utilizado num discurso pelo
presidente do Comité de Coordenação dos Estudantes, Stockely Carmichael,
na defesa dos direitos civis da comunidade negra no Mississipi.
A
expressão Black Power passou então a ser utilizada por outros ativistas
e organizações defensoras dos direitos civis dos negros, tendo-se
escrito vários livros e artigos sobre o assunto.No livro Black Power:
The Politics of Liberation in America (Vintage, 1966), da autoria de
Stockely Carmichael e Charles V. Hamilton, foi feita uma primeira
tentativa de definir este conceito que defendia a criação de grupos
organizados como forma de o povo negro exercer as suas reivindicações de
direitos civis. Este termo foi rejeitado por alguns membros da
comunidade negra por haver nele uma inerente divisão étnica, mas foi
aceite pela maior parte das organizações e ativistas negros e também por
brancos, como, implicitamente, foi o caso do presidente Richard Nixon
ao defender um capitalismo negro como resposta aos problemas económicos
da comunidade negra dos EUA.
O
movimento Black Power constitui um importante contributo para uma maior
igualdade de direitos da comunidade afro-americana, nomeadamente
através da eleição dos primeiros presidentes de Câmara negros das
principais cidades dos EUA, bem como dos primeiros deputados negros do
Congresso americano.
Durante este período foram igualmente importantes os debates ideológicos por parte da comunidade negra e a consciencialização dos seus direitos civis e sociais, contribuindo para um maior protagonismo da comunidade negra em termos políticos, educacionais, profissionais e sociais na vida dos EUA.
Black Power. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto
Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-09-20]. Disponível em: <
http://www.infopedia.pt/$black-power>.
__________________________________________________________
Mandela (1918 - )
Nelson
Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente
da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento
anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela
liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e
passou quase três décadas na cadeia.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.
Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.
Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.
A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.
Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.
Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.
A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.
http://educacao.uol.com.br
__________________________________________________________
Zumbi dos palmares (1655)
Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.
No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.
Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.
Importância de Zumbi para a História do Brasil
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.
http://www.suapesquisa.com
__________________________________________________________
Steve Biko (1946 – 1977)
Um dia, um adolescente foi expulso da escola Lovedale, em King William’s Town, na África do Sul. A alegação da direção era “comportamento subversivo”. Foi transferido para outra instituição na região litorânea de Natal. Terminando o ensino médio, ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Natal, na seção destinada aos negros.
Era a década de 60 do século passado, e o país do jovem estava em pleno Apartheid, o vergonhoso regime de segregação racial comandado pelo governo, então nas mãos de uma minoria branca. O estudante se chamava Stephen Bantu Biko, vulgo Steve.
Na faculdade, o caráter contestador do regime de Steve continuou. Começou a atuar na União Nacional dos Estudantes Sul-africanos. Só que o grupo também era dominado por minoria branca, e os direitos dos estudantes negros não eram tão defendidos na prática. Biko saiu dela e fundou a Organização dos Estudantes Sul-africanos (SASO, na sigla original). Além dos direitos dos discentes, a SASO providenciava auxílio médico e legal a comunidades negras desfavorecidas, além de ajudar no desenvolvimento de trabalho em sistema doméstico (o empregador dá ferramentas e matéria-prima, e a produção pode ser feita em casa).
Chega 1972, e Biko é co-fundador da Black People’s Convention (a BPC – “Convenção dos Negros”, em tradução livre), entidade que trabalhava em projetos de desenvolvimento social nos arredores de Durban e acabou por reunir 70 diferentes grupos de consciência negra. Foi eleito o primeiro presidente da organização.
Mas o governo segregador já o via com maus olhos. Tão logo foi eleito líder da BPC, foi expulso da universidade. Começou a trabalhar em tempo integral em sua missão social.
No ano seguinte, o governo racista “baniu” Steve, o que na prática significava que, a partir de então, ele não poderia sair de sua cidade natal. Não podia mais se dedicar a algumas atividades em Durban, mas continuava a trabalhar na BPC.
Nesse meio tempo, o jornalista Donald Woods, do Daily Dispatch, procurou Biko pra entrevistas. Os constantes contatos tornaram a relação entre ambos bem estreita, e Don Woods cometeu o que poderia ser considerado uma loucura na época: ousou chamar Steve, publicamente, de amigo.
Biko chamava mais atenção por sua batalha diária. Suas palavras soavam cada vez mais alto, incitando a população negra a lutar por seus direitos, cada vez menos respeitados pelas autoridades segregacionistas. O governo apertava seu controle “antiterrorismo”, e o “inconveniente” Biko chegou a ser preso quatro vezes entre 1975 e 1977. Na última, em 21 de agosto de 77, foi detido pelas forças de segurança policiais em uma blitz. Seguiu-se o “interrogatório” padrão das autoridades da época: tortura.
De tanto apanhar, especialmente com golpes na cabeça, o revolucionário ex-estudante de medicina começou a demonstrar um comportamento apático, “não-cooperativo”, segundo os dirigentes do cárcere. Em 11 de setembro, o rapaz já estava em um estado contínuo de semi-consciência. O médico da prisão aconselhou que Steve fosse levado a um hospital.
Jogado nu e sem qualquer proteção na traseira de um Land Rover, Biko foi levado numa viagem de 1,2 mil quilômetros rumo a Pretória, aos solavancos. No dia seguinte, chegava ao Presídio Central da cidade, jogado no chão de uma cela fria do jeito que estava, despido e quase inconsciente.
Vendo que o prisioneiro não se mexia, os carcereiros chamaram um médico, não prestando qualquer socorro a ele até que o profissional chegasse. O médico, ao examinar Biko, só pôde levantar os olhos para os guardas e dizer: “O homem está morto.” Causa da morte: danos cerebrais. A comunidade negra sul-africana entrou em polvorosa. A versão oficial da morte de Biko, proferida pelo então ministro da Justiça, James Kruger, sugeria que o prisioneiro havia morrido após longa greve de fome. Mas a grande pressão da imprensa internacional (com Don Woods à frente das apurações) fez cair por terra a alegação de suicídio. Foi reconhecido pelo governo, publicamente, que Steve morreu de danos cerebrais sofridos durante uma briga na prisão, mas ninguém foi responsabilizado, por conveniente “falta de provas”.
O funeral do ativista atraiu às ruas centenas de milhares de sul-africanos, num protesto que entrou para a vergonhosa história mundial da segregação racial.
A morte de Biko agitou o planeta, e logo ele foi alçado a mártir, inspirando outros a lutar pela igualdade dos direitos entre negros e brancos. Mas o governo da África do Sul apertou o cerco, e baniu organizações (principalmente as em que Biko trabalhou) e pessoas que se manifestassem contra seu abuso de poder. Um dos banidos foi Don Woods (foto à esquerda), com sua família, mas não sem antes sua família ter sido vítima de tentativa de atentado em casa. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) respondeu com um embargo armamentista ao país.
Ainda assim, a pressão internacional por providências era grande. Em 1979, uma quantia simbólica (o equivalente a cerca de US$ 25 mil na época) foi dada como indenização à família Biko, que passava grande dificuldade. Os três médicos envolvidos no caso da morte de Steve foram exonerados pelo Comitê de Disciplina Médica da África do Sul, mas nada aconteceu a eles até um segundo inquérito, em 1985. Os cinco policiais envolvidos no caso foram anistiados em 1997, durante a Comissão de Verdade e Reconciliação, ação realizada pelo novo governo sul-africano após o fim do Apartheid (1994). A família Biko resolveu não recorrer.
Em 2003, em uma tentativa por parte de organizações de luta pelos direitos humanos de o caso ser retomado, o Ministério Público sul-africano deu o parecer final: confirmou a anistia aos policiais quanto à morte de Biko, pela ausência de testemunhas. A acusação tentou encaixar os policiais no crime de lesão corporal seguida de morte, mas o crime, segundo as leis do país, já teria prescrito (não era mais passível de processo criminal, pelo tempo decorrido).
http://www.arcauniversal.com/
Por Marcelo Cypriano / Fotos: Divulgação
marcelo.cypriano@arcauniversal.com
__________________________________________________________
Ganga Zumba
Ganga Zumba foi o primeiro grande chefe conhecido do Quilombo de Palmares. Era tio de Zumbi e celebrizou-se por ter assinado um tratado de paz com o governo de Pernambuco.
Em 1677, sob sua chefia, Palmares travou dura guerra contra a expedição portuguesa de Fernão Carrilho. Nesta batalha, as tropas da coroa fizeram 47 prisioneiros, entre os quais dois filhos de Ganga Zumba _Zambi e Acaiene_, netos e sobrinhos. Um de seus filhos, Toculo, foi morto na luta. O próprio Ganga Zumba foi ferido por uma flecha mas escapou.
Em 1678, o governador Pedro de Almeida fez a primeira proposta de paz a Ganga Zumba, oferecendo ''união, bom tratamento e terras'', além de prometer devolver ''as mulheres e filhos'' de negros que estivessem em seu poder.
Em junho de 1678, o oficial enviado a Palmares para levar a proposta retornou a Recife, à frente de um grupo de 15 palmarinos, entre os quais se encontravam três filhos de Ganga Zumba, recebidos pelo governador Almeida.
Em troca da paz, os palmarinos pediam liberdade para os nascidos em Palmares, permissão para estabelecer ''comércio e trato'' com os moradores da região e um lugar onde pudessem viver ''sujeitos às disposições'' da autoridade da capitania. Prometiam entregar os escravos que dali em diante fugissem e fossem para Palmares.
Em novembro do mesmo ano, Ganga Zumba foi a Recife assinar o acordo. É cedida a ele e seus partidários a região de Cucaú, distante 32 km de Serinhaém.
Parte dos palmarinos, liderados por Zumbi, são contrários ao acordo de paz e se recusam a deixar Palmares. Em Cucaú, vivendo sob forte vigilância da autoridade portuguesa e hostilizado pelo moradores das vilas próximas, Ganga Zumba vê frustrada sua iniciativa. Morreu envenenado por um partidário de Zumbi.
www1.folha.uol.com.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br
______________________________________________________
Abdias do Nascimento (1914 – 2011)
Abdias do Nascimento (Franca, 14 de março de 1914 — Rio de Janeiro, 24 de maio de 2011[1]) foi um político e ativista social brasileiro. Foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até ativista do Movimento Negro, ator (criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro) e escultor.
Após a volta do exílio (1968-1978), insere-se na vida política (foi deputado federal de 1983 a 1987, e senador da República de 1997 a 1999 assumindo a vaga após a morte de Darcy Ribeiro), além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado (1978). Em 2006, em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. Recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Brasília. Autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.
Foi também professor benemérito da Universidade do Estado de Nova Iorque. Foi casado quatro vezes. Sua terceira esposa foi a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e a última a norte-americana Elizabeth Larkin, com quem teve um filho.
www.premioabdiasnascimento.org.br/
Malcolm X (1925-1965)
A tragédia sempre foi uma constante na vida de Malcolm Little, que passou para a história como um dos grandes líderes dos negros norte-americanos com o nome de Malcolm X. Quando tinha apenas seis anos e brincava pelas ruas de Omaha, o seu pai, Earl Little, foi assassinado. Após sofrer um brutal espancamento, Earl Little teve o seu corpo atirado em uma linha de trem. Órfão (na época sua mãe fazia tratamento em um hospital psiquiátrico), Malcolm e seus sete irmãos foram morar em orfanatos. Pouco tempo depois, com uma irmã mais velha, foi morar em Boston. Depois, transferiu-se para o Harlem, bairro de maioria negra em Nova Iorque.
Na adolescência, trabalhou como engraxate e começou a beber, a fumar e a comercializar drogas, principalmente maconha, além de freqüentar casas de prostituição. Escapou do serviço militar fingindo-se de "louco". Na mesma época, começou a praticar pequenos assaltos no Harlem. Com mais três amigos, todos muito pobres, passou a assaltar residências, até que acabou sendo preso, em 1946. Foi justamente na prisão que ocorreu uma grande transformação na vida de Malcolm X. De assaltante e vendedor de drogas, passou a estudar o islamismo, seguindo os ensinamentos de Elijah Muhammed, líder da "Nação do Islã". Ao sair da cadeia, em 1952, Malcolm X transformou-se em um dos mais carismáticos líderes negros dos Estados Unidos.
Enquanto Martin Luther King apostava em uma resistência pacífica como arma para enfrentar o racismo, Malcolm X defendia a separação das raças, a independência econômica e a criação de um Estado autônomo para os negros. Ao lado de Elijah Muhammed, viaja pelos principais estados norte-americanos para pregar as suas idéias e defender a libertação dos negros.
O projeto não foi à frente, mas deu ainda mais fama ao ativista. Em 1964, já casado fundou a organização "Muslim Mosque Inc" e, mais tarde, a "Afro-American Unity". Um ano antes, após uma viagem para Meca, cidade sagrada dos muçulmanos, mudou o seu nome para Al Hajj Malik Al-Habazz. A partir daí, passou a defender uma posição conciliatória em relação aos brancos, fato que o deixou isolado, sobretudo em relação ao islamismo.
No dia 21 de fevereiro de 1965, quando discursava no Harlem, Malcolm X foi assassinado com 13 tiros, ao lado de sua mulher Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas. A Polícia dos Estados Unidos não encontrou provas, mas sempre suspeitou da participação da "Nação Islã" no crime. As idéias de Malcolm X foram muito divulgadas principalmente nos anos 70, por movimentos como "Black Power" e "Panteras Negras". A vida do ativista norte-americano também ganhou documentários e filmes, sendo "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, em 1992, o mais famoso.
www.imdb.com/
______________________________________________________
Rosa Parks (1913 - 2005)
Com um gesto simples mas de grande significado, no dia 1 de dezembro de 1955 em Montgomery, estado do Alabama (EUA), Rosa Parks, uma costureira negra de 42 anos, entrou para a história ao se recusar a ceder seu lugar num ônibus para um homem branco que exigia que ela se retirasse para ele poder se acomodar.
Naquela época a segregação racial era permitida pelas leis norte-americanas e, principalmente nos estados do sul, havia leis que proibiam os negros de freqüentar alguns locais ou restringiam o acesso a transportes e acomodações em locais públicos e restaurantes.
Rosa Parks foi presa e recebeu uma multa por se recusar a levantar, mas seu ato foi o pontapé inicial para que o reverendo Martin Luther King Jr. organizasse um boicote em massa de 381 dias contra as companhias de ônibus locais iniciando uma grande reviravolta na história dos EUA e do mundo todo.
Rosa precisou enfrentar ameaças de morte, humilhações e teve até de se mudar de estado por não conseguir arranjar emprego, mas seu papel já havia sido feito e por seu ato de coragem ela é ate hoje considerada a mãe do movimento moderno pelos direitos civis.
Ao sair do Alabama, em 1957, Rosa Parks já era símbolo do movimento liderado por Martin Luther King Jr. e fazia parte da NAACP, uma das mais respeitadas e antigas organizações na luta pela igualdade racial nos EUA.
Em 1999 Rosa recebeu das mãos do então presidente Bill Clinton a mais alta honraria oficial concedida pelo governo a um civil norte-americano, a Medalha de Ouro do Congresso. Além desta e de outras honrarias, Rosa também foi premiada com a Medalha Presidencial pela Liberdade em 1996 e em 2000 foi inaugurado um museu com seu nome em Montgomery.
Rosa Parks nasceu em 4 de fevereiro de 1913 em Tuskegee, Alabama e morreu em 24 de outubro de 2005 em Detroit.
Por Caroline Faria
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u88928.shtml
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=776
http://www.biography.com/blackhistory/featured-biography/rosa-parks.jsp
________________________________________________________
Curiosidades:
Reinaldo, Eusébio e Sócrates (futebolista), todos ex-jogadores de futebol comemoravam seus gols com o braço erguido e punho fechado assim como os Panteras.
Na Olimpíada da Cidade do México, Tommie Smith e John Carlos, dois atletas medalhistas dos EUA. As fotos de dois velocistas negros americanos que estão no pódio com medalha de cabeça baixa e os punhos levantados na Cidade do México Jogos em 1968, não só representam um dos momentos mais memoráveis da história olímpica, mas um marco no movimento dos direitos civis dos Estados Unidos.
Os dois homens foram Tommie Smith e John Carlos, companheiros de equipe na San Jose State University.
Nenhum comentário:
Postar um comentário